quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Padres austríacos se unem e pedem Reforma ao Vaticano

Insatisfeitos com posições do catolicismo, grupo exige mudanças


Cerca de 300 padres austríacos dos 2.000 do país se “rebelaram” contra o Vaticano. Segundo, o grupo eles exigem reformas apoiadas na Bíblia como, a exemplo dos pastores evangélicos, permissão do sacerdócio aos homens casados.

A iniciativa intitulada "Um chamado à desobediência", foi divulgada na internet em junho e vem contando com um crescente apoio de grupos cristãos - o que está complicando a relação com a hierarquia da igreja católica do país.

"Há uma grande insatisfação entre nós", explicou o jornal Österreich, nesta quarta-feira (17), o criador da proposta, padre Helmut Schüller, antigo vigário-geral de Viena. Os padres insatisfeitos exigem que a Igreja empreenda reformas, como permitir o sacerdócio às mulheres e aos homens casados.

Entre outras medidas, os padres envolvidos na iniciativa iniciarão seus ofícios religiosos com uma oração pela reforma da Igreja. Schüller explica que o grupo foi forçado a tornar sua posição pública por conta da falta de ação da hierarquia eclesiástica, e calcula que dois terços dos 2.000 padres do país compartilham as ideias da medida.

Outros impasses

O idealizador da proposta já expressou duras críticas à igreja por sua forma de tramitar os inúmeros casos de abusos sexuais realizados por religiosos que vieram à tona nos últimos anos na Áustria. As críticas não demoraram a chegar, e para o monsenhor Egon Kapellari, bispo de Graz, o chamado representa um perigo para a unidade da igreja.

O presidente da Conferência Episcopal Austríaca e arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, se reuniu com os representantes dos padres rebeldes, mas comunicou que não concordava com a iniciativa e que não a defenderia em Roma, lembrou Schüller.

Na Áustria, os cidadãos devem notificar oficialmente se pertencem à igreja católica, e nos últimos 30 anos entre 30.000 e 50.000 fiéis deixaram as estatísticas católicas a cada ano.

Igreja na Áustria se viu afetada por vários escândalos sexuais e de pedofilia nos últimos 15 anos, o que fez com que diminuísse muito sua credibilidade entre os fiéis.


Fonte: CPAD News

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