sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Aborto - Lula repudia ataques de religiosos

RIO – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva repudiou ontem as acusações de líderes religiosos à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, de defender a legalização do aborto, o casamento de homossexuais e o fechamento de igrejas, comparou esses ataques àqueles que sofreu na campanha de 1989 e apresentou-se como defensor da religião. “Duvido que tenha um pastor que tenha que agradecer mais do que a mim do que fiz pela liberdade religiosa neste País”, afirmou, em entrevista ao lado do senador reeleito e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcelo Crivella (PRB-RJ).
“Que vai ter gente falando isso ou aquilo, sempre terá. Faz parte do jogo político. Sempre tem gente que baixa o nível, que desvia do principal, mas isso é normal na democracia. Quem está julgando são os brasileiros, e a gente vai ganhar as eleições.”

Conversando com jornalistas após a inauguração de novas instalações do Centro de Pesquisas da Petrobrás (Cenpes), Lula considerou “uma bênção de Deus” a realização do segundo turno nas eleições presidenciais de 2010. “O segundo turno permite que as pessoas conheçam melhor cada candidato e que haja um debate de ideias mais frontal. Acho isso ótimo para o Brasil”, disse o presidente.

“Tem duas coisas que agradeço Deus: ter perdido em 89 e o segundo turno de 2006. Porque, se ganho com 51%, ia ficar uma dúvida, de que metade da população não queria. Foi o segundo turno que permitiu o debate político e ideológico, cada um mostrar o que era, com quem está (sic) comprometido.”

Para Lula, “sempre há jogo sujo” em disputas eleitorais como a que está em curso. “O que a gente não pode é priorizar o secundário”, disse. “Dilma tem um programa de governo, ela tem posição contra o aborto, já dita por ela. Agora, se você tem gente no jogo do submundo da política fazendo aquela política rasteira que fizeram comigo em 89... Já fui vítima muito disso, falavam da minha barba, da estrela do meu partido, da cor da bandeira do meu partido, falavam que eu ia acabar com as igrejas evangélicas. Estou com oito anos de mandato, e as pessoas sabem o que eu fiz.”

COMPANHEIRA - Durante a entrevista, Lula chamou a ex-candidata do PV a presidente, senadora Marina Silva (PT-AC) de “extraordinária companheira”. “Entrou (no governo) quando eu quis e saiu quando ela quis. Compreendi quando saiu do governo, compreendi quando virou candidata e compreendo que vá demorar para tomar a decisão. Talvez nem tome a decisão, vá ficar um pouco neutra. Mas é importante lembrar que os eleitores vão-se movimentando, não estão parados.” O presidente afirmou que, se conhece o tipo de voto dado a Marina, avalia que boa parte vai para Dilma.

“Qual foi o recado que a população deu no dia 3? O povo brasileiro, diferentemente do que algumas pessoas diziam, que ele tinha medo de votar em mulher, (mas) 67% dos votos foram para as mulheres. Significa que o povo deu um recado: queremos uma mulher na Presidência da República”, afirmou.

Fonte: JC ONLINE

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