domingo, 10 de outubro de 2010

Caminho para ataques é novo, a fórmula velha

Guerra de informações na internet é principal atração da campanha de segundo turno

Os boatos, frases anônimas ou apócrifas que circulam na internet são a reedição da antiga contrapropaganda política. Difere-se apenas o meio pela qual ela se espalha: antes, era com a distribuição de panfletos, inundando ruelas e avenidas com mensagens sensacionalistas ou caluniosas. Hoje, a contrapropaganda corre com um clique para milhares de cidadãos por segundo e vai parar na frente do computador da casa ou da lan house frequentada pelo eleitor. As posições da candidata do PT, Dilma Rousseff, do candidato do PSDB, José Serra, sobre aborto, homossexualidade ou sobre a crença em Jesus Cristo contam nesta campanha até com uma central antiboato, criada pelo PT para responder a supostas "inverdades" contra a candidata Dilma. A do PT é oficial. "Será nossa principal inovação", afirma Marcelo Branco, responsável pela campanha da concorrente petista, em entrevista de Brasília.

A central do PSDB é informal, mas está a todo vapor. "A única alternativa é propagar a verdade", diz Soninha Francine, da campanha eletrônica de Serra. Os dois antecipam assim a retomada da guerra pelos votos na internet e longe do computador até o dia 31 de outubro. Não há confirmação científica - impossível a estratificação do voto - mas o eleitor conservador e religioso deve ser a principal mira das campanhas. E esse é um voto difícil de se conquistar, garantem especialistas.

"O evangélico é intransigente", exemplifica Linaldo Oliveira, psicólogo que há 36 anos é pastor da Igreja Batista e que já passou por vários cargos de comando na igreja em Pernambuco e fora do estado. "Muitas das nossas crenças não estão na Bíblia. Fazem parte de uma tradição", explica. Para o pastor Linaldo, ex-eleitor de Marina Silva, esse perfil do evangélico justifica a provável dificuldade de se conquistar ou alterar a tendência de voto desse grupo de eleitores no segundo turno.

Experiente como evangelizador e como psicólogo (ele atua com pacientes e familiares no Hospital particular D'Ávila), pastor Linaldo acredita que se sucederá melhor o candidato que "usaro pragmatismo teológico e não a filosofia pragmática". Nesse ponto, acrescenta, evangélicos e católicos têm interesses semelhantes. "No conjunto, não estamos preocupados com o invólucro, mas com o conteúdo", diz. "Mais do que suas autofilosofias ou dos seus partidos, os concorrentes deveriam estar preocupados com a proposta social para o Brasil", defende. Em favor de evangélicos e não-evangélicos.

Fonte: PERNAMBUCO.COM

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